E agora páro o carro e uma vastidão imensa de horizontes. A estrada são duas linhas infinitas a desaparecer na aridez ao longe. Saio para o ar quente parado e o mundo suspenso a toda a volta. Subitamente, no carro, o rádio enrouquece a voz de Lucinda Williams – “I am waiting for your essence”. E é aqui que eu quero ficar - com toda esta luz, todo este silêncio. Todo este céu.

domingo, 3 de maio de 2009

Nenhum tempo

Quem diz que o tempo cura tudo e mesmo a distância? Não é verdade. O tempo só esquece o que inevitavelmente é de esquecer. Ou mesmo o que nunca devia ter sido a nossa vida e foi.
Talvez por isso a memória sobra-nos apenas em imagens avulsas de momentos alegres felizes sem nada à volta.
E no entanto. Um dia percebes que o tempo não te vence. Resguardas-te dele e aproveitas mesmo a distância para ajudar no que puder.
Tens a memória a transbordar mesmo que passes o tempo a jurar que tudo te começa apenas no segundo a seguir. Sabes do absoluto e do imenso e de toda a perfeição do mundo e entendes então que o tempo não é da ordem do eterno.
Está um dia perfeito de sol e mar e vou talvez agora acreditar que o tempo vai curar tudo - p
ena eu só ter esta vida.

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