Saudades tuas. De ti. Do teu sorriso. De te ver sorrir. De me fazeres sorrir. Do teu olhar. De te olhar. De quando baixavas os olhos. De quando desviava o olhar. E coravas. E corava. De seres irrequieta. E de não seres. E doce. E eu derreter. E tu também. De nunca derreteres. Saudades do cinema. E dos filmes. E das lágrimas para não rirmos sempre. E de rirmos. E de te zangares. De me zangar. De nunca nos zangarmos. E de todas as surpresas. De te ver surpreendida. De te imaginar surpreendida. De me surpreender. Saudades dos teus ombros. Do seu desenho nos meus lábios. E da tua face da minha mão. De darmos as mãos. E de nos calarmos. Saudades do silêncio. Desse silêncio solar. Saudades de palavras. Das tuas palavras. E de canções. De fazê-las tuas. E mais minhas. Sinto saudades das certezas. Das dúvidas que elas trazem. E de manhãs de luz. Da tua luz. Do teu olhar nunca anoitecer. Das suas estrelas. Saudades de existirem árvores. E flores. De aqui haver um rio. Ou apenas a tua beleza. De o atravessarmos. De o termos inventado. De ele ter barcos. E uma ponte. E uma cidade do outro lado. E nuvens roubadas a um quadro. Das tardes imensas. Dos dias nunca terminarem. De os prolongarmos. Saudades de estares ali. E de sentir saudades por isso. E de depois ter saudades. De ti. Do mar. Da areia. Das gaivotas a unirem constelações. Da lua. Saudades de ti. Tuas.
De tu seres o mundo.
1 comentário:
Escreve um livro, eu compro
Enviar um comentário