Debaixo do fim

Ter amado toda a beleza do mundo.

Debaixo do fim de todo este céu.

Quanto Morre um Homem

"Quando eu um dia decisivamente voltar a face
daquelas coisas que só de perfil contemplei
quem procurará nelas as linhas do teu rosto?
Quem dará o teu nome a todas as ruas
que encontrar no coração e na cidade?
Quem te porá como fruto nas árvores ou como paisagem
no brilho de olhos lavados nas quatro estações?
Quando toda a alegria for clandestina
alguém te dobrará em cada esquina?"

Ruy Belo, in "Aquele Grande Rio Eufrates"

O melhor sabor do mundo

A melhor gelataria de Portugal tem agora o melhor sabor do mundo.

Gelataria Pindô
Avenida Forças Armadas 51-D

Lisboa

Da inevitabilidade

Ainda não percebi se morri ali, instantaneamente, se estou agora a fazê-lo aos poucos. Mas há muito que a vida me tinha dito que seria ao pé da mais perfeita invenção do mundo.

Uma única vez

Mas a vida, os anos, o que passa por ela. Ou mesmo a experiência. Tudo isso nos torna piores: mais desconfiados, cínicos, individualistas. Mas ainda assim, de vez em quando. Por vezes apenas por uma única vez na vida. De certeza apenas uma vez na minha vida. Alguém que te faz acreditar. Alguém que te faz crescer mas ao contrário.

Um mar de ti

Hoje, não está um sol colado num céu perfeito.
Nem este mar é uma imensa fronteira.
Nem este rio um mar de ti.
Hoje, nem é noite de lua cheia.
Nem vou ter saudades tuas.
Nem te vou amar mais.
Hoje, não vou ser feliz.
Hoje não existe.

Obrigatório

"E assim sucede, marquês de Villanueva de Barcarrota, porque nem a verdade nem a mentira são perenes. A verdade hoje aceite pode ter sido a mentira de ontem e transformar-se no engano de amanhã. Por isso, o mundo dos homens é uma constante guerra para impor a verdade, aniquilando a mentira, por receio de esta lhe usurpar o lugar. E é nestas transmutações que muitos males sucedem, não necessariamente apenas aos reputados mentirosos.
Quantos foram os homens e até as mulheres, marquês de Villanueva de Barcarrota, que morreram por defenderem a verdade antes do tempo correcto, durante o tempo errado ou depois do tempo certo? E quantos mataram impondo como verdade o que antes era considerado mentira? E quantos mataram ou morreram na luta para verem a sua mentira olhada como verdade? Confundo-vos com palavras, mas se assim procedo é com uma simples intenção: a verdade não é sempre boa, nem a mentira é sempre má. Por serem iguais na essência, se exaltamos uma, não podemos aviltar a outra."

Pedro Almeida Vieira in "A Mão Esquerda de Deus"

Imenso

Saudades de um mar imenso e do imenso que agora o cerca.

Sea of Tears

Já um dos álbuns do ano: "Sea of Tears", Eilen Jewell. Um estilo retro que mistura country e blues e algum jazz. Obrigatório.

A mão esquerda de Deus

Ainda a começar e já a certeza de um grande livro.

Depois de "Nove mil passos" (fantástico romance sobre a construção do Aqueduto das Águas Livres de Lisboa), e de "O profeta do castigo divino" (em lista de espera), Pedro Almeida Vieira dá-nos agora "Um romance histórico baseado na fábula do falso núncio de Portugal Alonso Perez de Saavedra, o andaluz que ousou tornar-se, através de burlas e falsificações, o primeiro Inquisidor-Geral de Portugal, no reinado de D. João III. Este episódio, considerado verídico e acreditado por homens como Voltaire, serve de pretexto para esta narrativa encantatória."

Vale a pena perdermo-nos no blogue.

http://amaoesquerdadedeus.blogspot.com/

Nas nuvens

O melhor livro que li este ano: "A teoria das nuvens" de Stéphane Audeguy.

Um romance absolutamente luminoso.

Política de verdade

As aventuras de um campino nas garras do Mandarim

Porto Alto, Portugal, Setembro de 2009