E agora páro o carro e uma vastidão imensa de horizontes. A estrada são duas linhas infinitas a desaparecer na aridez ao longe. Saio para o ar quente parado e o mundo suspenso a toda a volta. Subitamente, no carro, o rádio enrouquece a voz de Lucinda Williams – “I am waiting for your essence”. E é aqui que eu quero ficar - com toda esta luz, todo este silêncio. Todo este céu.

domingo, 2 de novembro de 2008

É amor que se diz?

Olho a noite súbita no céu ao alto. Há chuva e frio e um desconforto que não é nosso mas das circunstâncias de sermos. Tiveras talvez uma suave distracção de seres no fantástico de ti. Havia um mundo a decidir e a tua decisão - rápida brusca. Na noite inicial de Inverno.
Mostraste-me então um relógio mágico que, a troco de uma moeda, roubou ao mundo de chuva lá fora uma hora de vida perfeita. Hora absoluta no encantamento de ali estarmos sem mais para lá disso ser tudo. Na emoção
e no riso. Mesmo no olhar que não se aguenta para se continuar a ver em timidez.
É amor que se diz?

1 comentário:

Luiza Nunes disse...

"Mostraste-me então um relógio mágico que, a troco de uma moeda, roubou ao mundo de chuva lá fora uma hora de vida perfeita." é de uma pureza essencial. Poesia e basta. :)