E agora páro o carro e uma vastidão imensa de horizontes. A estrada são duas linhas infinitas a desaparecer na aridez ao longe. Saio para o ar quente parado e o mundo suspenso a toda a volta. Subitamente, no carro, o rádio enrouquece a voz de Lucinda Williams – “I am waiting for your essence”. E é aqui que eu quero ficar - com toda esta luz, todo este silêncio. Todo este céu.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Assim de repente

Às vezes gostava que não me fizesses amar tão facilmente.
Que isso não fosse para sempre e sempre não fosse todos os dias.
Às vezes gostava que não me existisses tanto se isso não significasse não existir.
De me zangar se estar zangado fosse compatível na memória.
E no entanto não é a sensação de eternidade que assusta: não é saber que será para sempre - é perceber que é desde sempre.

1 comentário:

Luiza Nunes disse...

Olá Jap! :)

"E no entanto não é a sensação de eternidade que assusta: não é saber que será para sempre - é perceber que é desde sempre. "

Belo poema!